outubro 14, 2004

Parcos questionamentos

Parcos questionamentos
Parado estas de fronte ao público.Quantas chagas a contar.Quantas ladainhas a cantar.De pedidos te enchem.Será que ouves?Quanto da vida sabes?Se é que existes.

De braços abertos, figura soberana, olhai por nós!Nós que te inventamos formulando a tua última criação.Nós que te pregamos, te rasgamos e matamos.Esses mesmos que inventaram o pecado, dizendo-se éticos, precisam agora do teu perdão.”Senhor, tem piedade de nós!”

Sentado em teu trono divinal, habitando teu parnaso, o que fazes que não lês nas mentes doentias o refrão sonoro que te clama?”Venha vós ao vosso reino!” Por que exilas teus filhos?Por que nunca és bom por completo?

Faz muito te vestiram um manto e de branco te pintaram.Se és igual a todos qual a causa de tal singularidade?Deixaste te moldarem ao seu bel prazer.Deixas que te invoquem por motivos ilícitos.Transformaram-te em pragmático e maniqueísta.Trabalham para tua riqueza e dispõem de tua fraqueza para comprar corações.

És um bom investimento. És um bom ganha-pão. És visto como santo e tratado como Adão.
(Priscila Coli,22/09/04)

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