janeiro 15, 2005

Erotismos natos

Erotismos natos

Quando percebi, já era a hora. Eu nua, encolhida e temerosa. Descobriria coisas novas em breve, sensações nunca experimentadas integralmente. Impressões parciais que eu havia colhido durante o tempo em que estive me preparando eram o máximo que eu sabia sobre aquela nova e excitante situação. Eu havia passado meses me preparando para aquele dia em especial, onde a simultaneidade de acontecimentos me atordoaria e me faria até chorar.
Sendo assim, logo senti as mãos masculinas e grandes, ainda assim delicadas, na minha cintura. Puxavam-me para si. E eu agia como um ser humano qualquer que teme pelo que é novo. Por vezes pensava se era hora mesmo do acontecimento.
Já tendo se iniciado tudo, não havia mais como voltar atrás. Perturbava-me ao saber que estava ali, nos braços de um homem pouco conhecido, sentindo-me ao deus-dará. Nua, e ele me dando tapinhas na bunda.
Enfim, o esperado consumou-se: gritei, esperneei. E pude sentir a gosma no meu corpo, uma gosma nojenta.
Depois de limpa, fui entregue ao seio de minha mãe. Havia nascido. Mamei assustada e pensativa.
É tão erótico nascer!

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