novembro 06, 2004

Bianca

Bianca

Bianca, prazer. Nesses anos de relação eu esqueci de te apresentar. Essa Bianca que te imobiliza o físico e o espiritual. Que te prende entre as pernas e apóia parte do peso pondo as mãos em seus ombros. Pernas que não são minhas, nem suas. São de Bianca, apenas.
Bianca que te olha de cima. O prazer é todo meu. É nosso. Simultâneo, um espera pelo outro. E pronto. A Bianca se esvai como o seu líquido que se perde por dentro de mim, nessas nossas entranhas.
Deposita-se brevemente em meu corpo. Tomo todo o cuidado de impedir que frutifique. Aguardo que meu organismo cumpra o papel de recolher os seus pedacinhos que guardei comigo da noite anterior. Para que assim eu possa despertar no dia seguinte sem encontrar seus resquícios ao me olhar no espelho. Deixar oculta uma parte de mim. E viver de forma imoral.

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