novembro 14, 2004

Declaração reprimida

Declaração reprimida

Eu te olho tão fixamente que. Respiro assim de forma. Leve, ouço seus passos quando. Acho que sinto sua presença. Acho que sinto arrepio. Acho que me dá uma moleza. Acho o que acho sempre.
Te desejo tão obliquamente que. Me envergonho só de pensar em. O que podem fazer de mim se? Talvez eu devesse tentar. Talvez eu pudesse tentar. Talvez eu pudesse gostar. Talvez eu duvidasse da dúvida.
Sua presença me incomoda de forma absurda. A simples questão. Estar sem possuir. Se fosse em casos passados eu interpretaria o meu papel de quem luta pelos ideais. Até pelos ideais do coração. E da cama. Mas agora é perigoso, diferente. Não sei se vale tanto à pena arriscar.
É um desejo diabólico, é tesão reprimido. É pensar naquela boca e se forçar para des-pensar. Não pensar que pensou. É olhar discretamente seu corpo, sexualmente igual ao meu, os mesmos órgãos. E quase não aceitar que sente atração pelo mesmo sexo.
À ponto de. Puxar você pelo braço para. Não falar. Olhar. Venho escondendo meu olhar há tempos para você não me perceber admirador. Tenho vivido assim sem. Trégua, por favor.
Quero. Você.
Também quer?

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